quarta-feira, 10 de março de 2010

reflexão


SINCERIDADE.
se eu fosse resumir o meu ser em uma única palavra, seria SINCERIDADE. sem sombra de dúvidas.
mas nesses meus quase 30 aninhos, tenho visto tantas coisas por aí.... tanta gente vivendo na mentira e usando da mentira para conseguir alcançar seus objetivos..... chego até a desanimar às vezes.
noto claramente que vivemos em uma sociedade hipócrita, que prefere a mentira. nítida e descaradamente. porque quando há franqueza nas relações (sejam elas amorosas, de amizade ou até mesmo profissionais), há também exposição de fraquezas e feridas, e o ser humano não gosta de olhar para suas fraquezas. prefere olhar para a fraqueza alheia.
aí, vive-se assim: 'eu não sou sincera, você também não. eu sei de suas fraquezas e você sabe das minhas. você convive com as suas e eu convivo com as minhas. convivemos como se nada nos incomodasse. nada fazemos para mudar. e assim vamos nos suportando de maneira cordial.'
e desse comportamento, surgem as relações que não são sinceras. pois ambas as partes não estão dispostas a olharem pra si. pois o ser humano tem, por natureza, uma dificuldade imensa de assumir seus defeitos e fraquezas. e opta por não superar isso. prefere viver como se nada houvesse.
e então eu pergunto: há entrega? pode, de alguma maneira, existir trocas de sentimentos sinceros numa relação onde não há a liberdade de praticar a sinceridade? há confiança nesse tipo de relação?

acho que não.

prefiro ouvir verdades, senti-las doer, admitir minhas fraquezas, refletir os meus atos, e pensar maneiras de ser uma pessoa melhor.
e prefiro isso, não pelo o que os outros irão dizer ou julgar. prefiro a verdade nua e crua por mim. porque na maioria das vezes ela dói, e muito, mas sempre me faz uma pessoa melhor. e quero ser uma pessoa melhor a cada dia, porque assim posso ser cada vez mais sincera. comigo e com os que convivo.
e cada vez que a verdade me incomoda, vou fundo na minha ferida, pra ver se acho o que esta causando-a. e então, me fecho, como uma lagarta num casulo e fico lá, bem quietinha. fico me olhando, olhando minhas fraquezas, sentindo o cheiro podre da ferida e tentando achar o antídoto para me curar de mais uma mazela tipicamente humana, que impregnou meu ser. esse processo é dolorido. mas é fundamental.
e aí, depois da dura e edificante reflexão, começo a deixar meu casulo. e então abro bem minhas asas curadas (ainda que algumas vezes, curadas só por uma temporada), respiro bem fundo e recomeço meu vôo.

e muitas outras vezes precisarei me enclausurar com meu 'eu', porque sou humana e estou à 'galáxias' de atingir a perfeição.

precisamos saber ouvir as verdades, que são doloridas na maioria das vezes. mas são fundamentais para nos tornarmos pessoas melhores.



2 comentários:

Luisa Dias disse...

E como precisamos. Verdade é bom de dizer, mas se bem usada, é melhor de se ouvir. Só não é fácil.

Gi disse...

Nooossaaa!!! Eu sempre achei que ser sincera demais era um defeito forte meu!!!Vou rever este conceito....