não foi porque eu quis, nem ensaiei que fosse assim. aconteceu naturalmente.
no princípio, eu falava, falava e falava. quem não estivesse gostando do que estava ouvindo, que saísse de perto.
mas essa forma de me proteger/defender/atacar não estava dando certo.
as pessoas nem sempre estão abertas ao que estão escutando. aí, eu falava e minhas palavras não surtiam efeito. por mais que eu estivesse certa e/ou com a razão, percebi que nunca, jamais eu poderia mudar alguém.
quando não era compreendida, dependendo do grau da discussão, eu chorava.
isso mesmo! cho-ra-va!! igual à um bebê.
depois, me sentia uma completa idiota, porque gastava meu português, tentava ser entendida e era mal compreendida (as pessoas não se comovem com lágrimas! fato!!)!
então, a vida foi me ensinando que nem sempre preciso falar o que estou sentindo, porque as pessoas nem sempre querem saber.
e não importa quem seja a pessoa, se ela não concordar com o que eu sinto/penso, não vai entender nunca. então, gastar saliva não leva a lugar nenhum.
e aí, passei a ser adepta do silêncio.
me calo. não externo o que sinto, não discuto, não opino. às vezes, quando sou questionada sobre determinada coisa, prefiro não opinar. fujo pela tangente, porque sei que minha opinião e nada será a mesma coisa. não que eu me sinta menos, mas simplesmente aprendi que me calar em determinadas situações evita desgastes maiores.
ouvir mais, falar menos tem sido bom. muito bom.
mas esse mecanismo, o do silêncio, não me protege de me sentir magoada!
é um mecanismo que não tem blindagem!!
e eu sou humana, logo sou vulnerável! sou passível de me sentir magoada/triste/decepcionada!
o silêncio não impede que lágrimas escorram pelo meu rosto! não impede que eu sofra!
esse mecanismo, o que protege contra decepções, eu ainda não desenvolvi!!
3 comentários:
amiga, cada dia mais vejo como somos parecidas....também virei adepta do silêncio, mas também acabo sofrendo...fazer o que, né? Dizem que falar é prata e calar é ouro...
Que bom ler suas coisas, de repente temos tantas coisas em comum, tanto à compartilhar e não sabemos. Somos próximos e estamos longe. Olha como temos em comum, veja "Silêncio" no meu blog e observe a semelhança com: "Sobre os mecanismos da vida" bj
Eu tinha comentado , mas não sei se foi, portanto:Às vezes somos tão próximos e estamos tão longe, o bom é estarmos abertos para nos supreendermos e encontramos semelhanças, colocadas de formas tão diferentes. Olha como "sobre os mecanismos da vida" se parece com "silêncio". bj
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