segunda-feira, 30 de maio de 2011

sobre o que o dinheiro não compra

eu ando com vontade de mudar para o Butão (<-- clica aqui para saber mais).
sério.
mais precisamente para o interior do interior do Butão.
não é por nada não.
não tô deprê, nem infeliz.
apenas ando ficando cada dia menos 'capitalista das coisas'.
cada dia mais enojada do capitalismo que consome cada vez mais o ser humano.
cada dia quero menos seguir tendências.
gasto meu dinheiro cada vez mais com apenas coisas úteis e do 'meu interesse',
e não porque todo mundo tá comprando ou porque tá na moda.
e lá no Butão, as pessoas não tem essa fome de comprar ou de 'posar' para os outros.
as pessoas buscam a felicidade através de ensinamentos budistas (não, eu não sou budista).

aff! esse negócio de comprar porque o outro comprou nunca esteve tão em alta.
é a tal da necessidade que o ser humano tem de ser aceito na sociedade pelo que ele tem, e não pelo que ele realmente é.
e o pior, eu percebo (ao meu redor) as pessoas criando seus filhos assim. e isso me dá calafrios.

minha filha é uma criança absolutamente normal, exceto quando entra em lojas de brinquedos:
ela é incapaz de fazer uma birra ou entoar o mantra do 'eu quero'!
sabe ouvir um 'não' e sabe que até para ganhar brinquedos ou 'coisas' tem hora.
e isso é reflexo apenas da maneira como criamos ela.
não queremos criar uma escrava de bens materiais, que precisa deles para ser feliz.

às vezes, na saída da escola, ela pede uma pipoca.
às vezes eu dou, às vezes não.
e quando digo 'não' o argumento que uso é: 'mamãe não tem dinheiro HOJE, filha! vamos fazer em casa, ok?'
e fazemos uma panela de pipoca, depois do jantar!
qual é o valor da pipoca na rua? R$2,50? isso é muito dinheiro?
não!
você pode pensar: 'aah, não tem necessidade negar uma pipoca, é tão barata!'
e aí eu te digo: realmente, é muito barata. mas a questão não é o valor material, os R$2,50, e sim o valor do consumo. não quero minha filha pensando que pode ganhar/conseguir o que quer sempre.
as coisa precisam ter seu valor.
eu sempre tenho uns trocadinhos na bolsa quando vou buscá-la.
mas e o dia que eu não tiver?
será que ela vai entender que sempre ganhou e que naquele dia não vai ganhar porque eu não tenho o dinheiro na bolsa?

e isso se aplica para os brinquedos e tudo o mais que ela possa pedir.
estamos ensinado nossa filha o valor das coisas.
ensinando à valorizar as coisas, ensinando que devemos comprar apenas quando temos necessidade, e não à 'comprar por comprar', comprar só porque tem o dinheiro na bolsa ou porque é baratinho!!

e está faltando isso na sociedade que vivemos.
bom senso na hora de consumir. seja lá o que for.

está faltando as pessoas valorizarem o que tem, serem felizes com o que são,
não dependerem de marcas, quantidade e conta bancária para se sentirem aceitas.
está faltando as pessoas aceitarem as outras sem olhar o que elas tem, ou o que elas podem ou não comprar.

viver com pessoas assim, me deixa triste.
triste porque está bem claro que o dinheiro não compra as melhores coisas da vida.
bom, pelo menos para mim.

eu queria (juro) não depender de dinheiro para sobreviver.
mas Deus quis que eu nascesse no Rio de Janeiro, fazer o que, né?





5 comentários:

Helô disse...

Amiga,
Adorei suas palavras... Tento passar a mesma coisa pro Renato...E fico triste, realmente, quando vejo pais educando seus filhos de maneira super capitalista, na verdade tentando "comprar" seus flhos ou recompensar por uma ausencia.
Enfim, cada pai ensina seu filho da maneira como acha correto, mas acho que da nossa maneira, criaremos cidadãos melhores. bjo

Miss Brasil disse...

Adorei o post, ate tuitei e compratilhei no FB, aqui rezamos pela mesma cartilha

Claudia Picanço disse...

adorei, Alê. É isso mesmo...

Helaine Lima disse...

Me identifiquei totalmente com o post porque sempre pensei assim, pois fui criada assim. Não gasto dinheiro desnecessariamente e muitas das vezes que vou ao shopping gasto com no máximo um sorvete (que sou viciada, confesso). Meus pais nos criaram assim, não incentivando o consumismo desenfreado. Compramos o necessário e dentro da nossa realidade. Não sentimos prazer em ostentar, temos coisas que tem alguma necessidade em nossas vidas. Infelizmente nem todos são assim e vemos o reflexo desse comportamento todos os dias nos jornais. Crimes cometidos pelos motivos mais fúteis e na grande maioria com o consumismo como grande motivador de barbaridades. Uma pena.
P.S: Ontem assistir um filme e mostra justamente isso. O filme é "Amor por contrato".

Helaine Lima disse...

Eu me identifiquei totalmente com o porque fui criada assim e penso assim. Não fomos incentivados a consumir desnecessariamente. Tudo que compramos tem uma necessidade, não fomos incentivados a comprar 'por comprar'. Infelizmente, o que vemos hoje é uma realidade bem diferente. Por causa desse consumismo desenfreado, vemos um rastro de violencia todos os dias nos jornais. Crimes cometidos pelo motivos mais futeis, torpes, tendo, na grande maioria, o consumismo como pano de fundo. Uma pena.
P.S: Ontem vi um filme que fala justamente sobre isso. O filme é "Amor por contrato". Recomendo.